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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Musical Evita: uma verdadeira aula de história



A história da argentina María Eva Duarte de Perón (1919 – 1952) ficou realmente conhecida pelo filme “Evita”, feito em 1996 e estrelado pela rainha do POP, a cantora Madonna. Mas, o que muitos não sabem, é que o filme foi baseado em um musical também chamado “Evita”, escrito pelos ingleses Lloyd Webber e Tim Rice.

Ao estilo ópera rock, o musical foi sucesso na Broadway e também no Brasil, onde foi montado em 1983. Na sua versão para o cinema a história ganhou novas músicas e também um estilo mais POP – emprestado, claro, da própria Madonna. Agora, “Evita” retorna aos palcos de São Paulo com uma mistura do musical original e do filme: o estilo ópera rock foi retomado, mas a orquestração é nova – diferente da apresentada em 83 – e inclui a canção You Must Love Me, vencedora do Oscar de Melhor Canção original.
Este é um musical que exige tanto vocalmente quanto na interpretação dos seus protagonistas. O ator Fred Silveira, no papel de Che – o grande contraponto de Evita, no espetáculo, arrasa. Ele parece que nasceu para o papel. Tem uma voz forte e alta, pronta para o rock, que pede seu personagem. Na interpretação ele é sagaz e irônico. É um prazer vê-lo em cena!
A atriz Paula Capovilla a interprete da Evita tem uma presença de palco forte. Um olhar e uma postura em cena própria de uma rainha. Com um estilo mais lírico, ela alcança agudos impressionantes. Agudos que Madonna não conseguiria sequer em estúdios. Infelizmente algumas músicas, no primeiro ato, são tão altas que escondem a voz de Paula. A melodia se confunde no som. Claro, que isso não é culpa da maestrina Vânia Pajares ou do coro – que são ótimos. Nem tão pouco, é um problema da versão brasileira.

Na verdade, essas músicas não favorecem esse estilo lírico. Mas, Paula mostra postura, interpretação e alcance de voz para ser Evita. Já o ator Daniel Boaventura, o Juan Perón, canta pouco. Mas, tem o essencial: a imponência de Perón. Ele marca presença no palco. É firme e quando canta aparece com aquele vozeirão – que tem jeito de Perón.
“Evita”, inclusive, é daqueles musicais que não têm diálogos, é tudo cantado. Feito para os verdadeiros amantes de musicais. E, claro, como diz o diretor Jorge Takla o melhor é que o musical conta história de gente - e este é o grande trunfo do musical.
O cenário é todo branco e nele há portas que são usadas por bailarinos e atores. No fundo, há um telão em que se passam filmes e imagens reais de Evita. Em alguns momentos o que aparecem são periódicos locais que ilustram bem a história da personagem.

A pesquisa da equipe de Jorge Takla é realmente o melhor do musical. Um diferencial. Bem feita, ela te aproxima de Evita. Mostra que tudo ali é parte de uma história e traz uma realidade interessante e importante para o palco. Você vê ao mesmo tempo os dois: a representação no palco e a vida no telão.

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